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Chefe de organização criminosa internacional é preso em Paulínia

Criminoso era o principal agenciador de negócios de facção; na ação foram apreendidos veículos de luxo, drogas, armas e aeronaves

O empresário Mauro Cláudio Monteiro Loureiro, o Murruga, de origem portuguesa foi capturado nesta quarta-feira (4), em sua casa, em um condomínio de luxo no Jardim Fortaleza, em Paulínia, pela Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A ação teve início na segunda-feira (02) e terminou ontem (04).

Foram apreendidos veículos de luxo, cocaína, armas e nove aeronaves que faziam parte de uma frota para o transporte das substâncias, armamento e dinheiro. Os trabalhos investigativos, de inteligência e de campo foram realizados por agentes da 2° Delegacia da Divisão de Investigações Sobre Crimes Contra o Patrimônio (Disccpat). A equipe descobriu as atividades do criminoso, após prender outro importante membro da facção, em agosto deste ano.

“Essa primeira etapa das diligências cumpriria apenas mandados de busca para colher documentações que comprovassem as atividades do indiciado. Mas, durante vistoria na casa dele, foi apreendida uma peça de cocaína, provavelmente, mostruário, e por isso ele foi preso em flagrante”, explicou o delegado Fábio Sandrim.

A princípio, o português aparecia como doleiro. Depois, foi revelada uma relação muito mais participativa dele nas atividades criminosas. Segundo apurado, o preso, devido ao conhecimento adquirido na compra e venda de dinheiro, passou a funcionar como um agenciador de prestação de serviços.

O homem conhecia as atividades comerciais dos criminosos e passou a resolver, principalmente, problemas de logísticas e lavagem de dinheiro. Ele agenciava aviões para transporte de drogas das principais regiões produtoras. Também carregava armas para abastecer os integrantes da organização e dinheiro de outros países para o Brasil utilizando aeroportos em cidades próximas à capital paulista.

Segundo a autoridade policial, o acusado já tinha sido alvo de investigações da Polícia Federal, que apurava envolvimento dele com o tráfico de drogas nos estados do Rio Grande do Norte e do Sul. “Ele fazia a rota Brasil – Portugal, auxiliando mais de uma organização criminosa no comércio de entorpecente”, explicou Sandrim.

Ainda de acordo com o delegado, independente da apuração relacionada à organização criminosa e lavagem de dinheiro, pela qual é apurada seu envolvimento, o indiciado também responderá agora por tráfico de drogas e porte de munições. A Polícia Civil prossegue com as investigações.

A grande ofensiva teve início na segunda-feira por meio de cumprimento de mandados de busca e apreensão. Loureiro foi preso em um condomínio fechado no Jardim Fortaleza, em Paulínia. A equipe da 2ª Delegacia encontrou com o português um tijolo de cocaína. A peça funcionava como um mostruário aos interessados em comprar o entorpecente. Também apreenderam os veículos importados: um Mini Cooper S, dois BMW X6, uma picape Volkswagen Amarok, Cam AM Maverick e uma motocicleta Harley Davidson. E os nacionais: um Honda HR-V e um Volkswagen Voyage.

As equipes da 2º Patrimônio estiveram na sequência das ações no aeroporto de Bragança Paulista. No local foram apreendidas nove aeronaves em um mesmo hangar. Também três pistolas, um revólver e uma espingarda calibre 12.

A última etapa aconteceu ontem em um escritório no Tatuapé, na Zona Leste. Os policiais apreenderam computadores utilizados em negócios. Principalmente transferência de valores tendo como moeda a bitcoin, tipo de dinheiro virtual. Loureiro responde por associação ao tráfico, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Com informações das assessorias do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e Secretaria de Segurança Pública