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Funcionários da Replan rejeitam modelo de testes da COVID-19 na Unidade

Assembleia na portaria Principal da Refinara de Paulínia – Replan | Foto: Sindipetro Unificado-SP

De acordo com a Replan, já foram realizados mais de 17 mil testes nos colaboradores (incluindo empregados próprios e funcionários de empresas prestadoras de serviços)

Os funcionários da Refinaria de Paulínia (Replan), a 119 quilômetros de São Paulo, rejeitaram por 78,79% o atual modelo de testagem do novo coronavírus na unidade paulinense, durante assembleias realizadas entre os dias 13 e 19 de outubro. A estimativa é que aproximadamente 450 petroleiros, 46% do efetivo, sigam em atividades presenciais. A maior parte deste percentual é formada pelo pessoal da área operacional.

Desde junho, os petroleiros se deslocam até a Replan, durante o período de descanso, com veículos particulares, para uma testagem no sistema drive thru, até dois dias antes de um novo turno. Sem a aprovação nos exames, os trabalhadores não são autorizados a ingressar na refinaria.

Com o resultado, o Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) volta à mesa de negociação com a Petrobras. Após pressão, a empresa implementou uma nova proposta em que os testes ocorrem a cada 15 dias, porém, na parte da manhã da data de retorno da folga de cada trabalhador, nos casos em que a jornada começa à 19h30.

A nova medida imposta pela gestão continuou a desagradar a categoria que rejeitou esta opção por manter o prejuízo à folga dos trabalhadores, explica o diretor do sindicato, Jorge Nascimento. “Não bastasse ter de abrir mão de parte do descanso, o petroleiro ainda é obrigado a pagar custos como pedágio e gasolina do próprio bolso. E cientificamente isso não seria necessário, porque, como o teste tem janela de sete dias e a folga é bem menor do que isso, então, poderiam muito bem fazer no último dia de trabalho”, aponta.

O método adotado na Replan é único em todo o país. Em outras refinarias, como a de Capuava (Recap), em Mauá, os trabalhadores são submetidos a exames dentro da própria unidade, como cobra o sindicato.

Para piorar, o prejuízo pode ser maior em casos de problemas climáticos, como ocorreu recentemente. “No ciclo 10, os trabalhadores foram fazer testes e, por conta dos temporais e da incidência de raios, o atendimento teve de ser suspenso nas tendas que ficam na porta da empresa e tiveram de voltar no dia seguinte.”

O que diz a empresa
A Petrobras reforça que segue um rigoroso protocolo de segurança e prevenção à Covid-19 em todas as suas unidades. Entre as medidas preventivas adotadas nas refinarias, estão testes sorológicos para inquérito epidemiológico e avaliação individual de saúde antes do início de cada turno. Além disso, a rotina operacional foi alterada, com distanciamento, uso obrigatório de máscaras e higienização reforçada. Na Replan, já foram realizados mais de 17 mil testes nos colaboradores (incluindo empregados próprios e funcionários de empresas prestadoras de serviços).