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Motoristas e monitores param em Paulínia e 8 mil alunos ficam sem transporte escolar

Assembleia de motoristas e monitores de ônibus da Sancetur hoje de manhã, dia 13 | Foto: Izael Almeida

Os funcionários da empresa de ônibus Sancetur, a Santa Cecília Turismo Ltda. que transporta cerca de 30% dos alunos de Paulínia para escolas municipais e estaduais da cidade fizeram uma paralisação nesta quarta-feira, dia 13.

A empresa transporta, em média, 8 mil alunos/dia, distribuídos em 120 ônibus da empresa, em três períodos.

Durante o dia, nenhum ônibus da Sancetur saiu da garagem. Os motoristas e monitores reivindicam direitos trabalhistas, informa o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário e Anexos de Campinas e Região.

Uma assembleia foi realizada no início da manhã na garagem com os funcionários e decidiram que a paralisação é por tempo indeterminado.

Atraso de salários, FGTS e INSS
Os funcionários têm enfrentado atrasos constantes no pagamento dos salários, falta de recolhimento do FGTS e INSS e o não pagamento de horas extras são algumas das reivindicações apontadas pelo vice-presidente do sindicato, Izael Soares de Almeida.

Além disso, os ônibus estão com manutenção inadequada e eles também contestam os descontos do vale-refeição em dias de atestado, segundo Almeida. A forma de contratação dos trabalhadores, que estariam sendo efetivados em Valinhos, também é motivo de questionamento.

Prefeitura estranhou paralisação
De acordo com a Prefeitura de Paulínia, funcionários do Executivo se reuniram nesta segunda-feira (11), com membros do sindicato da categoria para se colocar à disposição e intermediar as negociações com as empresas. Segundo o Executivo, a paralisação desta quarta-feira causou surpresa.

Em nota, “a Prefeitura reforça que independente da decisão dos trabalhadores em continuar com a paralisação, a Secretaria de Transportes já está providenciando uma maneira alternativa para solucionar o problema”, diz o texto do comunicado. O sítio Notícias de Paulínia procurou a Sancetur, mas sem sucesso.

Sancetur disse paralisação foi indevida
Também em nota, a Sancetur disse, que a paralisação foi indevida, abusiva e ilegal e que, por conta disso, acionou medidas judiciais para a normalização do transporte. Além disso, a empresa afirmou que a empresa cumpre todos os direitos trabalhistas que os trabalhadores reivindicam e, portanto, não havia motivos para a manifestação.

“Além disso, por lei, todas as empresas devem ser informadas, pelo sindicato de classe, sobre qualquer tipo de paralisação com 48 horas de antecedência. Para as empresas que exploram atividade de transporte público, considerada essencial, essa comunicação deve ser realizada pelo sindicato à empresa e aos usuários com 72 horas de antecedência. Porém, isso não ocorreu”, explica o texto.

Reivindicação antiga
Em menos de cinco meses, os trabalhadores já pararam em fevereiro por conta de atraso no pagamento de salários e benefícios. Na ocasião, cerca de 2,5 mil estudantes ficaram sem o transporte público do município durante o período da manhã.