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Paulínia registra quase uma denúncia por dia de violência contra a mulher

Um X vermelho na palma da mão sinaliza que a mulher esta sofrendo violência. Campanha “Sinal Vermelho” do Conselho Nacional de Justiça de proteção à mulher

Prefeitura anuncia medidas de combate à violência

No mês marcado pelo Dia Internacional da Mulher, Paulínia divulgou sexta-feira (12), o balanço de dados sobre violência contra a mulher no município. Em 2020, 335 denúncias de violência contra a mulher foram registradas. Uma média de quase uma denúncia por dia, além das que não foram registradas. Os números são referentes a março de 2020 a fevereiro de 2021. Para conscientizar e reduzir esses números, a Prefeitura de Paulínia está lançando a campanha #VocêNãoEstáSozinha.

No Estado de São Paulo, o número de medidas protetivas concedidas pela Justiça para vítimas de violência doméstica tem crescido nos últimos anos. De 2018 para 2020, houve um aumento de 73% – um dado triste, que revela o quanto a violência de gênero permeia nossa sociedade. Mas, por outro lado, há um aspecto positivo – significa que cada vez mais mulheres se encorajam a pedir ajuda e romper o ciclo da violência.

Muitas das vezes, relacionamentos abusivos começam com algumas atitudes encaradas como “excesso de amor”. É preciso atenção porque o controle, o ciúme e os xingamentos podem ser a primeira etapa do chamado ciclo da violência, que é uma alternância – uma fase de paixão, de namoro, seguida de uma agressão; um pedido de perdão, uma reconquista e uma nova violência, inclusive física. Em casos graves, pode-se chegar ao feminicídio.

É importante frisar que embora o termo “violência contra a mulher” gere a ideia do contexto físico da agressão, existem outras formas de violação praticadas contra as vítimas, como a psicológica, sexual, moral e patrimonial, sendo de extrema importância sua identificação. As agressões, independentemente de deixarem marcas visíveis ou não, devem ser denunciadas.

Tipos de violência contra a mulher
A violência física contra a mulher é qualquer ato que ofenda sua integridade ou saúde corporal, destacando o espancamento, atirar objetos, sacudir e apertar, lesões com objetos e a tortura. Já as psicológicas ocorrem quando o agressor ocasiona danos emocionais por meio de ameaças, constrangimentos, humilhações, isolamento e perseguição.

Outra forma de violência praticada é a patrimonial, que configura na retenção, subtração ou destruição de objetos, documentos, bens e recursos econômicos da vítima por parte do agressor. Controlar o dinheiro, não pagar pensão alimentícia e a privação de bens são algumas das violações. Existe ainda a agressão moral, ocasionada por calúnia, difamação ou injúria contra a mulher.

A violência sexual contra as mulheres ocorre desde o assédio sexual ao estupro consumado. É configurada essa natureza de crime em qualquer conduta que constranja e vítima ou a obrigue a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada. Comentários e piadas sexuais, toques não desejados, forçar atos sexuais e até o impedimento do uso de métodos contraceptivos são abusos sexuais vivenciados pelas mulheres.

A data
Desde 1975, no dia 8 de março é comemorado mundialmente o “Dia Internacional da Mulher”. Intitulado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a data simboliza a luta das mulheres por seus direitos e pela garantia de condições sociais igualitárias as dos homens. Embora no decorrer dos anos tenham ocorrido diversas conquistas para a causa feminina, a violência doméstica e o feminicídio ainda perduram sobre elas.

Disque 100 e Ligue 180
O Disque Denúncia 180, Emergência Policial 190, Guarda Municipal 153 ou (19) 3874-3646 e o BO Eletrônico http://www.ssp.sp.gov.br/ são serviços gratuitos para denúncias de violações de direitos humanos e de violência contra a mulher, respectivamente. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia pelos serviços, que funcionam 24h por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.