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Transporte coletivo de Paulínia apresenta problemas pelo terceiro dia consecutivo

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Paulínia

Pelo terceiro dia consecutivo, o transporte coletivo em Paulínia apresentou graves problemas e irritou os passageiros. Nesta segunda-feira (13), foram registrados atrasos em linhas, falta de combustível nos ônibus, cobradores trabalhando em pé, janelas quebradas, falta de ar condicionado, entre outros.

O transporte público é realizado pela empresa Terra Auto Viação, que ganhou a licitação aberta pelo governo Du Cazelatto (PSDB) para um contrato emergencial de seis meses. No entanto, as obrigações previstas não estão sendo cumpridas, causando diversos transtornos para a população.

A Prefeitura de Paulínia ainda não se manifestou sobre os problemas registrados nos últimos dois dias. Em nota divulgada no sábado (11), o governo lamentou os problemas ocorridos no primeiro dia e afirmou estar empenhado em oferecer um transporte de qualidade. A Terra foi notificada para cumprir as exigências.

Os problemas no transporte coletivo público de Paulínia se arrastam há muito tempo. A Passaredo, antiga prestadora do serviço na cidade, ficou por 27 anos por meio de um contrato precário. Não foi feita uma concessão pública com regras claras para a prestação do serviço e exigências e melhorias.

As administrações, ao invés de fazerem a concessão do transporte, conforme prevê a lei, optaram por contratos emergenciais. Este já é o quatro contrato deste tipo. Ao todo, são 53 veículos operando em Paulínia pela Terra. Destes, mais da metade apresentaram algum tipo de problema nesses três dias.

O Notícias de Paulínia acompanhou dois dias de operação da empresa na cidade e constatou diversos problemas. As reclamações mais recorrentes apontam para a demora dos ônibus. No sábado, a espera chegou a ultrapassar 1h20 para algumas linhas, além da falta de limpeza e higienização dos veículos, fios elétricos expostos, bancos quebrados e janelas emperradas.

A reportagem esteve nesta segunda-feira (13) em um ponto de ônibus da Avenida Osvaldo Batista Piva, no bairro Jardim Flamboyant, próximo a Escola Municipal Yolanda Tiziani Pazetti, e constatou a demora, esperando cerca de 40 minutos até a chegada de um coletivo.

No local, moradores já estavam esperando o ônibus há muitos minutos para ir para o trabalho, por volta de 7h. Os passageiros também tiveram problemas para voltar para casa, incluindo atrasos no horário de chegada.

Os veículos usados vieram do Rio de Janeiro. O fato de a empresa estar substituindo uma viação que prestava serviços considerados ruins pela população também está pesando na opinião popular durante os primeiros dias de operação da Terra Auto Viação.

A falta de preparo dos ônibus também se reflete na forma como o sistema de cobrança de tarifa foi preparado. Os cobradores trabalham 8 horas em pé, em alguns ônibus. Nos dois primeiros dias de operação, 11 e 12 de janeiro, a empresa não cobrou tarifa dos usuários. A cobrança começou nesta segunda-feira, 13.

Na ocasião, após a espera, quatro ônibus da Terra chegaram no ponto da Associação Esportiva Paulinense (AEP) na Avenida José Paulino, no sentido bairro-centro. Todos estavam lotados e os passageiros enfrentaram dificuldades para embarcar. Os veículos ficaram cerca de dez minutos no local, além de pegar um congestionamento enorme, pois era horário de pico.