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Vice-prefeito de Paulínia será investigado

Há 8 meses que o vice Sandro Caprino não pisa o pé na prefeitura, segundo denúncia do Assessor Especial e Chefe de Gabinete do Vice-prefeito e principal aliado de Dixon Carvalho, Márcio Rosa Santos

A Câmara de Paulínia aprovou nesta quinta-feira (15) a abertura de uma Comissão Processante (CP) para investigar o vice-prefeito, Sandro Caprino (PRB), por suspeita de improbidade administrativa, desvio de função e quebra de decoro, denúncia protocolada pelo Assessor Especial e Chefe de Gabinete do Vice-prefeito, Márcio Rosa Santos, filiado ao PSDC. Caprino nega irregularidades e cita que há uma “guerra e perseguição política” na cidade.

Dos 15 vereadores, 11 votaram a favor da denúncia de 99 páginas contra Caprino. As três abstenções foram de Tiguila Paes (PPS), Kiko Meschiati (PRB), que se ausentaram do plenário e Manoel Filhos da Fruta (PCdoB), que faltou a sessão. O presidente do Legislativo, Dú Cazellato (PSDB), só vota em caso de empate.

Em seguida, o presidente definiu o rito da escolha da comissão, onde somente 8 vereadores participaram do processo. Danilo Barros (PR), Fábia Ramalho (PMN) e Marquinho Fiorella (PSB) não participaram, pois fizeram parte da anterior, que inclusive foi arquivada.

Após sorteio, Fábio Valadão (PRTB), Loira (PSDC) e Xandinho Ferrari (PSD) foram os contemplados. Em seguida, a sessão parou por 5 minutos e o grupo definiu que Fábio Valadão será o presidente, Xandinho Ferrari, o relator e Loira, o secretário. A comissão tem 90 dias, após notificação do vice-prefeito, para finalizar os trabalhos e apresentar ao plenário para votação. E bom informa que o mesmo Márcio Rosa Santos protocolou em 2017 uma denúncia idêntica contra o vice-prefeito, Sandro Caprino.

De acordo com a denúncia, o vice-prefeito há 8 meses não comparece ao Paço Municipal e recebe normalmente R$ 7,7 mil por mês e não estaria desempenhando as atividades do cargo.

O Assessor Especial do Vice-prefeito solicita que Sandro Caprino seja afastado do cargo, tenha os direitos políticos cassados e que uma ação seja proposta pela Procuradoria para reaver o valor pago ao vice no período contestado.

“Com o rompimento político entre o vice-prefeito e o prefeito [Dixon Carvalho], e com minha nomeação, o vice-prefeito parou completamente de exercer atividades e atribuições”, diz a denúncia.

Denúncias contra Kiko e Tiguila
A Câmara de Vereadores recebeu nesta quinta-feira (15), denúncia contra os vereadores Kiko Meschiatti e Tiguila Paes por quebra de decoro parlamentar contra a honra e integridade do prefeito Dixon Carvalho (PP).

“Só devo satisfação à população e eu só defendo aquilo que acredito. Em nenhum momento ataquei a pessoa do prefeito e sim a sua gestão. Um governo desacreditado, um governo já cassado em primeira estância, um governo que pratica atos totalmente ilícitos, comprovados pela justiça, que vem desmoralizando o Legislativo. Essa tropa que entrou contra mim não são pessoas de Paulínia. Prefeito, você deixou fechar o nosso hospital, isso nunca aconteceu na história da cidade, a cidade tá coberta de mato, tudo parado, as consultas, as cirurgias se eu não posso cobrar com o meu dever cívico e moral, o que eu devo fazer então. Vou rasgar o meu diploma e vou embora”.

Rodrigo Pavani sendo conduzido pela Guarda Civil Municipal de Paulínia

Expulsão do Plenário
O presidente Dú Cazellato expulsou durante a sessão desta quinta-feira (15), Rodrigo Pavani, após agredir verbalmente o vereador Tiguila Paes, chamando-o aos gritos por três vezes de safado, em alto e bom tom. Ele foi escoltado pela Guarda Civil Municipal de Paulínia até a rua. Tiguila se ausentou por mais de meia hora para registrar boletim de ocorrência. Uma cidadã que também foi agredida verbalmente, enquanto ele saída do plenário, registrou boletim de ocorrência contra Pavani.

 

“Luto contra corrupção” diz Caprino
Ao site G1, Sandro Caprino negou que tenha praticado irregularidades e mencionou que há “uma guerra política” na cidade. “Vice-prefeito não é obrigado a atender ninguém, não é obrigado a ir à Prefeitura. Só quando é chamado pelo prefeito para você assumir o lugar dele, além disso, mantenho contato com secretários e a população”, ressalta.

“A denúncia, legalmente não tem nenhum fundamento. Ele [Dixon] me expulsou do meu gabinete, tirou o carro e os cargos que tenho por direto, nem a ‘verbinha’ tem repassado. Quem atende a população sou eu. Eu faço isso porque sou trabalhador, eu não estou infringindo nada. É tudo mentira. Eu estou tranquilo. Eu faço muito mais do que eu deveria fazer como vice, porque eu sou funcionário do povo e estou aqui pra ajudar. Eu luto contra a corrupção”, afirma.

 

Sessão extraordinária
é suspensa temporariamente
Sessão extraordinária dos suplentes era aguardada pela população, mas até o momento não ocorreu. A Câmara de Paulínia conseguiu um efeito suspensivo, depois que a Procuradoria da Casa ingressou com recurso para pedir esclarecimentos à Justiça, para a decisão da 1ª Vara.

De acordo com o presidente Dú Cazellato, a sessão em agosto ocorreu com base nas orientações da Procuradoria Jurídica e Legislativa da Câmara de Paulínia que instruíram os trabalhos a partir do Regimento Interno e da Constituição Federal.

“A Câmara Municipal nunca se furtou a fiscalizar o Executivo, tendo somente em 2017 convocado diversos secretários, ex-secretários e assessores do prefeito para prestarem esclarecimentos, aprovou todos os Requerimentos direcionados a atual Administração, realizou duas Comissões Especiais de Inquérito que já foram concluídas, além de rejeitar projetos e derrubar vetos do Executivo e cumprir com as funções que cabe ao Legislativo, mostrando sua independência”, finalizou Dú.

A abertura da CP pode resultar na cassação dos mandatos do prefeito e de 13 vereadores – com exceção de Tiguila Paes (PPS) e Kiko Meschiati (PRB). Veja detalhes abaixo.

A Câmara solicitou dez dias úteis para a realização da sessão extraordinária. A justificativa do adiamento é para evitar, por exemplo, descumprimento de regras internas, informou a assessoria.

O juiz encaminhou o recurso dos embargos ao Ministério Público para nova análise e, após, que o órgão devolva ao judiciário para reanálise, ante as dúvidas apontadas no documento.

A denúncia
De acordo com representação do sargento aposentado da Polícia Militar Luiz Roberto de Lima ao Ministério Público Estadual (MPSP) e acolhido pelo juiz Carlos Eduardo Mendes, o Chefe do Executivo teria sido blindado de apurações em contratos da merenda e coleta de lixo, e compensado os parlamentares em troca da nomeação de cabos eleitorais para cargos da administração. Com isso, o magistrado também anulou a sessão realizada em agosto de 2017, quando foi barrada a criação de uma Comissão Processante (CP) para investigar o caso.