sábado, julho 27, 2024
InícioDestaquesA “nova ponte” que ninguém pode cruzar; Paulínia segregada por falta de...

A “nova ponte” que ninguém pode cruzar; Paulínia segregada por falta de uma


Mexinha rouba a semana na última sessão, após apresentação convincente, ele foi convidado a se retirar do Plenário; Valadão cobra medidas concretas da ponte que ligará o Centro a Região do João Aranha

Durante a última Sessão Ordinária (10/4), em Paulínia, o motorista particular, Ailton Carlos Monteiro Aguiar, de 52 anos, mais conhecido como Mexinha, protestou e cobrou mais empenho dos vereadores com a cidade, roubando o protagonismo de Marco Antonio de Paula, o Capivara e Rodrigo Pavane.

De forma incisiva, em pé e aos berros, ela cobrava dos vereadores atenção efetiva com a cidade, o desleixo da atual administração em áreas essenciais como saúde, educação, geração de empregos, segurança pública, transportes, esportes e desenvolvimento social, foi o foco do protesto.

A cobrança foi tão contundente que o presidente Du Cazellato (PSDB) suspendeu a sessão e pediu para Mexinha e Pavane se retirarem do Plenário, onde pouco mais de 70 pessoas assistiam in loco à sessão, sendo que a maioria eram assessores de vereadores. Ambos foram acompanhados por Guardas Civis até a saída principal do prédio da Câmara Municipal.

Já Pavane, ‘admirador’ do vereador Tiguila Paes (PPS), praticamente não deixa o mesmo falar. Com a mesma pauta já pré-definida a cada sessão, durante o uso da palavra do vereador repete exaustivamente a claque. Vendas de casas no Residencial Pazetti e balançava um papel, dizendo ser um extrato bancário da conta particular do vereador e o valor bem acima da média salarial do mesmo.

Após o ‘susto’, os vereadores aprovaram seis Projetos de Lei, sendo dois do Executivo e quatro de autoria dos vereadores, que também apresentaram 48 Indicações e 31 Requerimentos. Foi uma das sessões mais rápidas da atual legislatura.

O vereador Fábio Valadão (PRTB) fez um ‘desabafo’ sobre a construção de uma nova ponte com acesso a região do João Aranha. Ele questionou a morosidade de todo o procedimento e falta de respostas concretas sobre obtenção de licenciamentos ambientais, licitação, cronograma e desapropriações, por exemplo.

“Nossa população não aguenta mais demorar mais de 40 minutos para atravessar o trecho que fica praticamente parado devido ao fluxo de veículos e principalmente pela falta de opções de escoamento. O problema do trânsito é inadmissível! Um problema recorrente falado há muitos anos”, protestou.

Ainda reforçou a necessidade de os vereadores se unirem para cobrarem, juntos, explicações objetivas do chefe do Executivo e lembrou que não é uma questão desta atual Administração, mas que precisa ser resolvida urgente. “É um problema que salta aos olhos há muito tempo, portanto inconcebível para todos que usam o trajeto. Nossa sociedade não quer mais desculpas, já passou da hora de algo ser feito”, reforçou.


Quem são eles: Mexinha, Capivara e Pavane

Mexinha foi candidato a vereador pelo PV em 2016, trabalhou por 18 anos na Prefeitura de Paulínia como cargo comissionado, é conhecido por ter tatuado o nome do ex-prefeito Edson Moura no peito e quando, em dezembro de 2012, lançou propositalmente em marcha a ré o carro, um Peugeot vermelho, contra as portas de vidro espelhado do saguão do prédio da Prefeitura de Paulínia, que teve a entrada estilhaçada.

Capivara (Marco Antonio de Paula) se apresenta como relações públicas da Frente dos Direitos de Interesse Popular (FDDIP), que em 2015 ficou à frente de um suposto movimento por moradia popular, em Paulínia, que na época reivindicava a antiga Fazenda Paraíso para construção de casas, com verbas do programa federal Minha Casa Minha Vida – Entidades. É condenado pela Justiça de Americana.

Rodrigo Pavane passou a ser conhecido na cidade por organizar claques para vereadores. Ele se apresenta como consultor e é ex-assessor da Câmara de Campinas, onde possui livre trânsito no Legislativo. Atuou nas gestões do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos e Pedro Serafim, ambos do PDT.