Está marcada para às 14h desta quarta-feira, 29, no Paulínia Shopping, uma assembleia geral extraordinária convocada pelo vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e Região, Izael Soares de Almeida. Em pauta, a ação da Polícia Civil na sede da entidade para apurar um suposto esquema de corrupção. Haverá ainda a votação para o afastamento ou não dos dirigentes envolvidos nas denúncias.
De acordo com o edital de convocação, “o intuito é preservar a integridade da negociação coletiva de trabalho 2019/2020, bem como a própria entidade sindical e as investigações criminais que se encontram em curso”.
A denúncia de lavagem de dinheiro, crimes de furto qualificado e organização criminosa dentro do Sindicato foi feita pelo próprio vice-presidente, que alertou o Ministério Público (MP) quanto ao estilo de vida dos demais dirigentes. “O sindicato nunca tinha dinheiro, mas há um ano e meio o presidente [Matusalém de Lima] e o tesoureiro [Gabriel Francisco de Souza] levam uma vida de ostentação. A mulher do tesoureiro em viagens internacionais, em resorts no fim do ano”, disse o sindicalista.
De acordo ele, as desconfianças vão além de um possível furto. “Há um tempo a gente vem desconfiando e denunciamos ao MP um eventual conluio com alguns empresários da região, enquanto os trabalhadores estão perdendo direitos na região de Valinhos”. Izael contou também que, mesmo ocupando a vice-presidência, não tem acesso a movimentação financeira da entidade. “E eles nunca abriram o balanço do sindicato. Não sabemos a receita e os gastos, nada”, afirma.
Ação
Na manhã de segunda-feira (27/05), a Polícia Civil de Campinas cumpriu
cerca de 9 mandados de busca e apreensão na sede do sindicato e nas casas de
alguns dos diretores da entidade sindical. “Estamos apurando se houve
enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro”, disse o delegado do Departamento
de Investigações Gerais (DIG) José Carlos Fernandes da Silva, que acrescentou
que vai investigar o uso de laranjas que teriam emprestado os nomes para nomear
patrimônios.
O sindicato é presidido por Matusalém de Lima – que foi preso em março de 2008 por suspeita de participação em suposto esquema de extorsão denunciado à polícia e ao Ministério Público do Estado pela empresa de planos de saúde Master Saúde. Ele e outros sindicalistas iriam receber R$ 600 mil para que o sindicato apoiasse a contratação da Master para atender os trabalhadores do transporte coletivo de Campinas.