Após assembleia ao meio dia desta quarta-feira, dia 30 de maio, os caminhoneiros que estavam parados há 10 dias colocaram um ponto final a paralisação no portão principal da maior refinaria do País, a Refinaria de Paulínia, a Replan.
A Polícia Militar informou no início da tarde de hoje que os caminhoneiros que estavam mobilizados há 1 quilômetro do entorno da Replan, começaram a deixar o local.
Exército
O efetivo do Exército da 1ª Brigada de Infantaria Leve – Brigada Anhanguera, no Quartel General do Exército, em Campinas reduziu drasticamente. Somente no portão de acesso a refinaria (sentido Cosmópolis) e no quilômetro 132, sentido Campinas, da Rodovia Professor Zeferino Vaz, a SP-332, ainda tinham grupo de recrutas. Hoje pela manhã um helicóptero do exército sobrevoava o perímetro do pólo petroquímico que abrange: refinaria, distribuidoras, engarrafadoras de gás e acampamento dos caminhoneiros.
Policiais
Em compensação o volume de viaturas e policiais dobrou de ontem para a manhã desta quarta-feira, mas de 50 viaturas da Polícia Federal, Polícia Militar (Batalhão de Ações Especiais da Polícia, o BAEP, até Campinas) e Guarda Municipal de várias cidades e policiais militares motorizados percorriam a rodovia e a Avenida Sidnei Cardon de Oliveira, no bairro Bonfim, trecho que abrange a refinaria, distribuidoras e engarrafadoras de gás.
Greve Replan
Petroleiros protestaram no portão principal contra a política de reajuste diário do preço dos combustíveis e o desmanche (privatização) da Petrobras. Eles exigem a redução do valor da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, a manutenção dos empregos e a retomada da produção interna de combustíveis. A Polícia Militar acompanhou a poucos metros toda a manifestação. Serão 72 horas de paralisação de trabalhadores do Sistema Petrobrás.
De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o modelo adotado pela Petrobrás para determinar o valor da gasolina e do óleo diesel é baseado na cotação do barril de petróleo no mercado internacional. Apenas nos últimos dez meses, os brasileiros foram bombardeados por nada menos que 115 aumentos nos preços dos combustíveis. Nesse período, o óleo diesel e a gasolina subiram 57%. Já o gás de cozinha disparou 70%.
Distribuidoras
Diversos comboios carregados já saiam do polo petroquímico sem escolta. Muitos cortavam volta pelo posto de combustível, e não passavam pelos manifestantes. Os pátios das distribuidoras e as ruas do entorno das distribuidoras o número de carretas paradas era bem menor do que início desta quarta-feira.
Postos
Vários postos de gasolina de Paulínia (Maioral, Kron, Yucatan, Paulinense, AMS) receberam combustível, alguns liberaram até R$ 100 de abastecimento, além de organizar fila pra motos e galões. A média na fila era de no máximo 30 minutos. Na região central o tempo era de 45 a 1 hora.
A Replan em números
Ela é maior refinaria do sistema Petrobras em capacidade de processamento de petróleo: 69 mil m³/dia, o equivalente a 434 mil barris. Sua produção corresponde a aproximadamente 20% de todo o refino de petróleo no Brasil, processando quase a sua totalidade de petróleo nacional, grande parte oriunda da Bacia de Santos (pré-sal).
22% da gasolina saem de Paulínia
Cerca de 25% do mercado brasileiro de derivados, principalmente o interior paulista e centro-oeste do país, ou seja, 25% do diesel e 22% da gasolina produzidos no país saem de Paulínia.
Principais produtos
Diesel, Gasolina, Querosene de Aviação (QAV), Gás liquefeito de petróleo (GLP), Óleos Combustíveis, Asfaltos, Nafta Petroquímica, Raro, Coque, Propeno, Enxofre, Fluidos Hidrogenados.
Mercados que atende
Interior de São Paulo; Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre; Sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro; Goiás, Brasília e Tocantins.