Localizado no coração da cidade, o casarão que abrigava o Museu Histórico de Paulínia chama a atenção. Mas é só observar mais de perto para perceber o seu grau de abandono.
Construído em 1913, ao lado da centenária igreja São Bento, no cruzamento entre a avenida José Paulino e a rua Oscar Seixas de Queiroz, o imóvel sediou exposições até o começo da década.
Agora, porém, o casarão sofre a deterioração do tempo e de vândalos, com móveis jogados e muita sujeira. O local é alvo de reclamações de moradores, comerciantes e pedestres.
No Rio de Janeiro, após anos sem atuação do poder público, o Museu Nacional foi destruído por um incêndio na noite deste domingo (2). O acervo, com mais de 20 milhões de peças, se perdeu.
Já em Paulínia, o prédio que abrigava o museu está sem iluminação, o que acaba se tornando perigoso. O local está tomado por pichações, usuários de drogas e prostituição. Frequentadores clamam por segurança.
O museu foi criado em 1977, graças ao empenho do professor Desidério Aytai. Um acordo entre a prefeitura e a PUC-Campinas garantiu a reunião de documentos, memórias e objetos de imigrantes.
Em 2011, o local contava com um acervo histórico de 1.300 peças doadas por moradores de Paulínia. Ele contava a história dos imigrantes que chegavam a Paulínia e tinham suas vidas estruturadas.
Hoje, o acervo está guardado em um dos prédios da Rodoviária-Shopping. O local não recebe visitações. Obras, peças e outros objetos estão embalados e encaixotados, sem previsão de reabertura.
Para o vendedor ambulante Jorge Dias, de 33 anos, o abandono e a falta de segurança são um problema comum na cidade. “Para mim, toda essa situação seria resolvida se realmente houvesse uma preocupação da atual administração. Só que, infelizmente, os agentes públicos não fazem nada”, afirmou.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Paulínia informou que a Secretaria de Cultura estuda a reativação do museu, porém, ainda sem data. Na nota, a prefeitura informou que o acervo “é importante não só para o Governo Municipal, como também para toda a comunidade. Sua preservação e de todo Patrimônio histórico municipal vem sendo tratado como deve ser todo equipamento de incentivo à cultura.”
Último Requerimento
O último requerimento da Câmara de Paulínia solicitando alguma informação sobre o Museu de Paulínia é de 2016. O vereador Danilo Barros (PR) ressaltou que o museu estava há 5 anos fechado e sem nenhum projeto em vista para o seu funcionamento.
Ele também questionou quais as providências que a administração estava tomando quanto à volta do Museu do Município ou se tinha previsão de funcionamento em outro local.
Em ofício, há 18 meses, a atual administração informou que a reforma e funcionamento do prédio estão em consonância com o Plano de Governo apresentado à população pelo prefeito Dixon Carvalho (PP), mas ainda sem previsão orçamentária e projeto adequado, motivo pela qual não se pode comprometer com prazos para realização.