quarta-feira, dezembro 4, 2024
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Dia da Independência do Brasil celebra o surgimento de um dos maiores países da história

Foto: Polícia Militar

Paulista José Bonifácio foi o principal responsável por formar unidade nacional em torno da ideia da nova pátria

Quando o príncipe regente, D. Pedro I, declarou a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, iniciava-se a história de uma nação única no mundo até aquele momento. O novo país surgia fundado em duas características que o distinguiam muito dos demais estados nacionais conhecidos. O território brasileiro era imenso – dentro dele caberia quase uma Europa – e sua população era completamente heterogênea, formada a partir da miscigenação genética e cultural entre brancos, pretos livres, escravos e índios. Somadas às divergências políticas internas, naturais ao período de grandes transformações em todo o planeta, essas particularidades representavam um desafio sem precedentes aos seus líderes no sonho de constituir uma pátria soberana. Para muitos, tinha tudo para dar errado.

Coube ao paulista José Bonifácio de Andrada e Silva liderar o movimento que confrontou vozes e articulações contrárias, construiu unidade em torno da ideia da pátria brasileira e venceu os obstáculos que se apresentaram. Por sua dedicação à causa, ficou conhecido como o Patriarca da Independência e é, até hoje, um dos personagens mais estudados de nossa história.

Santista de nascimento, José Bonifácio se mudou para São Paulo aos 14 anos. Pouco tempo depois foi para o Rio de Janeiro, de onde partiu, em 1783, com 20 anos, para estudar na Europa. Frequentou aulas de estudos jurídicos, matemática e filosofia natural na Universidade de Coimbra e se especializou em mineralogia. Vivendo no período em que fervilhavam as teorias do Iluminismo, José Bonifácio acreditava no desenvolvimento da ciência em favor da produtividade econômica para salvar o Império Português, naquele momento em crise, como todas as monarquias europeias.

Acima de tudo, Bonifácio se definia como um patriota. Durante toda a sua carreira na Europa, serviu à Corte com honra e determinação. Como pesquisador contratado por Portugal, viajou por diversos países para conhecer as técnicas, metodologias e os cientistas mais renomados da época com a missão de agregar conhecimento ao império. Ocupou cargos na administração pública e lutou contra as tropas de Napoleão quando os franceses avançaram sobre território português e obrigou a família Real a se mudar para o Brasil. Chegou ao posto de tenente-coronel nas forças militares lusas e foi inspetor de polícia na cidade do Porto.

De volta ao Brasil em 1819, aos 56 anos, viajou pelo interior paulista para estudar o solo da região e registrou breve passagem pela política paulista. Logo foi nomeado conselheiro da Corte e, posteriormente, foi o primeiro brasileiro a ocupar o cargo de Ministro dos Negócios do Reino e Estrangeiros. Seu projeto era bem definido: fim da escravidão, criar escolas para a população, desenvolver a ciência, proteger a natureza e integrar os índios ao processo civilizatório.

O maior objetivo de José Bonifácio era evitar que se repetisse no Brasil a violência que varria a Europa desde a Revolução Francesa. Ele havia sido testemunha das atrocidades cometidas durante os movimentos reformistas no continente. Sua ideia era viabilizar uma monarquia constitucionalista sob o comando de Portugal, a exemplo do que havia sido feito na Inglaterra, mas foi obrigado a mudar de planos em função das dificuldades enfrentadas pelo reino português para se manter vivo.

Como principal ministro e conselheiro do príncipe regente, José Bonifácio conseguiu vencer as fortes dissidências e a falta de coesão política para formatar uma nação reconhecida e respeitada em todo o mundo. Seu legado é inquestionável para o Brasil e também para o estado de São Paulo, que pouco tempo depois se tornaria o mais rico do país investindo na ciência e no desenvolvimento de novas técnicas de produção como motor de sua economia.

O patriotismo, a fé no conhecimento e na paz são traços marcantes da vida do Patriarca da Independência e também símbolos dos paulistas ao longo de sua própria história como parte da grande nação que surgiu em 7 de setembro de 1822.

Assessoria de Imprensa e Comunicação da Secretaria da Segurança Pública