O Museu de Arte Contemporânea de Campinas “José Pancetti” (MACC) recebe até o dia 30 de janeiro, a exposição “Arquivos órfãos: poéticas de adoção e re-existências de imagens”, sob a curadoria de Fabiana Bruno. A mostra reúne uma farta produção com trabalhos de 18 artistas, a participação de conferencistas e um calendário de oficinas, visitas guiadas e performances franqueadas à comunidade durante todo o período em que ficará aberta ao público. A entrada é gratuita.
O público poderá conferir cerca de 300 trabalhos, em diversas técnicas, dos artistas Elaine Pessoa, Carol do Valle, Eidi Feldon, Vane Barini, Estefania Gavina, Vera Orsini, Vera Ferro, Maria Helena Sponchiado, Alice Grou, Norma Vieira, Helena Giestas, Marilde Stropp, Ana Almeida, Olivia Niemeyer, Sheila Oliveira, JuVasconcelos, Marcelo Moscheta e Pedro Hurpia.
A exposição sob a curadoria de Fabiana Bruno, curadora e pesquisadora da Imagem nos percursos da Antropologia Visual, reúne uma farta produção com trabalhos de 19 artistas, a participação de conferencistas e um calendário de oficinas de arte abertas à comunidade, além de oferecer visitas monitoradas durante todo o período em que a mostra ficará aberta ao público, com entrada gratuita.
O acolhimento do MACC-Campinas, por meio da gestão do diretor Fernando Bittencourt, tem um valor bastante significativo para a popularização da linguagem artística e reflexiva em Campinas, com repercussão em toda a região metropolitana dado o vínculo das dinâmicas sociais entre as cidades do entorno metropolitano.
Segundo a curadora Fabiana Bruno, o público visitante será envolvido numa atmosfera inovadora de produção artística, a partir de movimentos de reconstrução da memória social e contemporânea, revelando novos meios do fazer artístico na sociedade da imagem e do esquecimento de nossas produções de sentido. “A imagem no mundo não é apenas mais um fenômeno técnico de reprodutibilidade técnica, mas sim um veículo de guarda de sentidos para a reflexão, a produção artística e as indagações que nos afetam e nos incitam a desenhar e desejar estéticas naturais de nossas construções, nossas implosões e sobretudo, do risco iminente de abandono de nossas histórias individuais e obviamente de nossa história coletiva”, comentou a curadora e também pesquisadora e professora no campo da Imagem antropológica.
ARQUIVOS E FOTOGRAFIAS ÓRFÃOS
Origem e significação – A exposição tem como propósito convidar à reflexão sobre a vida dos arquivos de imagens, especialmente os arquivos anônimos, categoria de acervo de memórias que ao longo da história contemporânea tem revelado diversas formas de existência e de resistência à cultura ocidental de inovações tecnológicas e ameaças à sobrevivência da memória coletiva e individual. Os arquivos anônimos têm como berço inaugural os álbuns de famílias, mais recentemente destituídos de valorização e descartados do convívio afetivo na vida cotidiana e privada.
Desgarradas, as fotografias órfãs flutuam por territórios desérticos e erráticos. Ora nas gavetas esquecidas, ora nos armários empoeirados e finalmente abandonadas como descartes e dejetos triviais de nossas práticas de ultramodernidade.
Como vivem estas imagens órfãos e qual a função dos arquivos anônimos que as acolhem é a indagação da mostra com a curadoria de Fabiana Bruno e dos artistas expositores.
ACERVO PROJETO ACHO
A memória dos álbuns lançada ao esquecimento nas caçambas de lixo
Campinas tem atualmente um acervo criado com fotografias recolhidas do lixo por catadores urbanos, com trabalho intenso da fotógrafa e artista visual Estefania Gavina, sob orientação de Fabiana Bruno. O público visitante da exposição poderá conhecer intervenções artísticas trabalhadas com esta categoria de fotografias órfãs e abrigadas pelo Projeto ACHO.
A experiência constitui-se uma nova possibilidade de repensar memória e significações de modos de ver e sentir o passado e o futuro a partir de hábitos como o descarte de tudo, incluindo as fotografias que falam da vida, dos valores, da estética e da compreensão de mundo que nos toma os sentidos e projeta um comportamento coletivo em que o esquecimento é prática tão usual quanto perigosa para leituras de mundo.
OFICINAS
Local: Sala de Aula do MACC
Apoio e supervisão: LA’GRIMA
Com a participação de pesquisadores membros do LA’GRIMA, vinculado ao Departamento de Antropologia do IFCH da Unicamp e artistas convidados.
A programação da exposição inclui uma série de oficinas gratuitas, abertas ao público interessado, toda quarta-feira no MACC-Campinas, mediante prévia inscrição pelo email contato@achoimagens.org
Janeiro
22/01
“Formação de superfície com linhas bordadas”
Com a antropóloga e pesquisadora do La’grima, Ana Carolina Campos Almeida
Horário: das 14h às 17h
Aberta ao público interessado
29/01
“Oficina de modelagem e esculturas de argila”
Com o artista Cesar Fontenele
Horário: das 14h às 17h
Aberta ao público interessado
PERFORMANCES
25/01 às 11h
“ec.di.se”
Com a artista visual Juliana Vasconcelos
VISITAS GUIADAS COM ARTISTAS
25/01, às 11h
SERVIÇO
Exposição “Arquivos órfãos: poéticas de adoção e re-existências de imagens”
Curadoria: Fabiana Bruno
Onde: Museu de Arte Contemporânea de Campinas (Av. Benjamin Constant, 1633 – Centro, Campinas) – ao lado da Prefeitura de Campinas
Quando: 12 de outubro de 2019 a 30 de janeiro de 2020
Horário: terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 18h; quinta, das 10h às 21h; domingo, segunda e feriado, fechado.
Foto:Sede MACC-Campinas – campinas.sp.gov.br
Fotos: Marta Fontenele