quinta-feira, novembro 21, 2024
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Operação Curriculum Vitae: vereador e secretário são denunciados pelo MP

Durante coletiva de imprensa, delegado titular de Paulínia afirma que ao lado deles, mais nove pessoas são investigadas. Destas, três são consideradas foragidas

A Operação Curriculum Vitae deflagrada pela Polícia Civil de Paulínia para apurar denúncias de extorsão, associação criminosa e crime contra a organização do trabalho entrou em sua terceira fase. No total, onze pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público (MP) e entre elas, está o vereador Tiguila Paes (PPS) e o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Elizaman de Jesus Lopes, o Carioca.

Na tarde desta terça-feira, (4/6), o delegado Rodrigo Luís Galazzo, e o promotor do Ministério Público, André Perche Lucke, concederam uma coletiva de imprensa para anunciar os resultados das primeiras fases da Operação.

Elizaman de Jesus Lopes, o Carioca

De acordo com Galazzo, o inquérito foi concluído com 35 indiciados e desses, 11 foram denunciadas pelo MP. As investigações ainda levaram ao pedido de prisão preventiva de três deles, que até o momento são considerados foragidos. Todos eles, segundo a Polícia, são ligados à Cooperativa de Desempregados de Paulínia e Cosmópolis e agiam com violência e ameaça para obrigar empresas prestadoras de serviço da Refinaria de Paulínia (Replan) a contratar pessoas indicadas pelo grupo.

Agora, a operação “Curriculum Vitae” entra na terceira fase, que investigará as vantagens financeiras recebidas pelo grupo para manter o esquema em funcionamento, de acordo com o promotor de Justiça. “Já temos dados coletados e documentos que indicam também vantagens financeiras”, garantiu Lucke. “Nós temos pagamentos de mensalidades por pessoas que eram contratadas, temos também doações, que diziam que eram espontâneas, mas que havia até carta de cobrança de doações”.

Tiguila Paes está afastado do cargo de vereador

ENTENDA
Até o ano passado, Carioca era assessor de Tiguila na Câmara e desde então, segundo as denúncias, vinha atuando frente às Cooperativas. Quando foi nomeado secretário, manteve as atividades suspeitas. “Pudemos perceber que apenas indicados por ele como secretário no Emprega Paulínia, por exemplo, conseguiam facilidades para empregos nas terceirizadas. E o próprio vereador de quem ele era assessor fazia gestão junto tanto às cooperativas como também em reuniões na própria Replan para conseguir essas vagas. Isso óbvio gerava prestígio político que pode depois ser revertido em votos e tudo mais”, disse o promotor.

Elizaman Jesus Lopes, o Carioca, foi preso no dia 15 de maio. Quatro dias depois, ele deixou a prisão e no dia seguinte foi reconduzido ao cargo de secretário municipal pelo prefeito interino de Paulínia, Antonio Miguel Ferrari, o Loira (DC), e vinha trabalhando normalmente na pasta.

Na última segunda-feira, (3/6), uma determinação da Justiça de Paulínia afastou Carioca e o vereador Tiguila Paes dos cargos que ocupavam. A Prefeitura ainda não nomeou outra pessoa para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, enquanto a Câmara convocou o suplente Rudney Pereira Bernardes, o “Ney do Transporte Escolar” (PMN), para sentar na cadeira de vereador.

Eles tentam reverter a decisão. “Eles não são criminosos que extorquem empresas para a contratação e muito menos empregados. Estamos vendo que o processo conjunto probatório deles é frágil e que esse conjunto não vem a imputar de forma clara a extorsão ou qualquer outro cometimento de ilícito”, afirmou o advogado Juan Felipe Camargo Coimbra, representante dos dois acusados de Paulínia.