Paulínia, a 119 quilômetros da capital paulista, foi palco, nesta sexta-feira (16), da maior concentração de mandados judiciais da Operação Baiuca, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular uma organização criminosa especializada em roubos de cargas e caminhões, além de lavagem de dinheiro. Dos 22 mandados de busca e apreensão e 19 de prisão temporária expedidos pela Justiça, Paulínia concentrou 12 buscas e 7 prisões, liderando o número de ações entre os quatro municípios alvos da operação (Campinas, Hortolândia, Limeira e Paulínia).
A investigação, que teve início em abril de 2024 com apoio da Guarda Civil Municipal de Paulínia, revelou que a quadrilha é responsável por pelo menos 22 roubos ocorridos entre 2023 e 2024, em cidades da região como Americana, Cosmópolis, Jaguariúna, Monte Mor, Mogi Mirim e Sumaré.
Um dos líderes da organização criminosa reside em Paulínia e era responsável por recrutar os criminosos que executavam os assaltos. Segundo a PF, os alvos eram principalmente caminhões carregados com combustíveis e bebidas, abordados em movimento ou durante paradas em rodovias. As vítimas eram mantidas em cativeiro enquanto a carga era transferida e o veículo ocultado.
Em Paulínia, a execução dos mandados contou com o apoio de 35 guardas civis municipais, em ação autorizada judicialmente. Também foi determinado o sequestro de bens e valores da organização criminosa no valor de R$ 1,75 milhão.
O nome da operação, Baiuca, faz referência a bares e adegas suspeitos de servirem como fachada para a comercialização de mercadorias roubadas e a lavagem de dinheiro. Das sete empresas investigadas, cinco são de Paulínia e ligadas ao ramo de bebidas – setor que despertou atenção dos investigadores pela frequência com que era alvo dos roubos.
A operação é resultado do trabalho de um grupo especializado da Delegacia da Polícia Federal em Campinas, responsável por mais de 250 prisões desde 2021 e diversas ações de repressão ao roubo de cargas em todo o estado de São Paulo. Os investigados devem responder por crimes de organização criminosa, roubo e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 40 anos de reclusão.
Esta é a sétima operação da Polícia Federal com mandados cumpridos em Paulínia desde 2022, reforçando a atenção das forças de segurança para a atuação de grupos criminosos na região.