Dos 2,8 milhões de empresas em funcionamento na primeira quinzena de julho, 44,8% informaram que a pandemia afetou negativamente suas atividades, enquanto para 28,2% o efeito foi pequeno ou inexistente e para 27,0% o efeito foi positivo.
As empresas do setor de Serviços foram as que mais sentiram impactos negativos (47,0%), com destaque para o segmento de Serviços prestados às famílias (55,5%). No Comércio, 44,0% relataram efeitos negativos e na Construção, 38,0%. No setor industrial, 42,9% das empresas destacaram impacto negativo, enquanto para 33,1% o efeito foi pequeno ou inexistente e para 24,1% o impacto foi positivo.
Os resultados da terceira rodada da Pesquisa Pulso Empresa refletem as percepções das empresas em funcionamento ao final da primeira quinzena de julho, comparadas à segunda quinzena de junho. A pesquisa acompanha os principais efeitos da pandemia da Covid-19 na atividade das empresas não financeiras e faz parte das Estatísticas Experimentais do IBGE. As tabelas e a apresentação da pesquisa estão à direita desta página. Saiba mais em covid19.ibge.gov.br.
Agregação | Total de empresas em funcionamento (unidades) | Total (%) | Tem tido um efeito negativo (%) | Tem tido um efeito pequeno ou inexistente (%) | Tem tido um efeito positivo (%) |
Total |
2.814.071 | 100,0 | 44,8 | 28,2 | 27,0 |
Faixas de Pessoal Ocupado | |||||
Até 49 funcionários |
2.753.757 | 100,0 | 44,9 | 28,0 | 27,0 |
50 a 499 | 55.161 | 100,0 | 39,1 | 37,4 | 23,4 |
500 ou mais funcionários | 5.153 | 100,0 | 39,2 | 35,6 | 25,3 |
Atividade | |||||
Indústria | 313.477 | 100,0 | 42,9 | 33,1 | 24,1 |
Construção | 160.032 | 100,0 | 38,0 | 26,7 | 35,3 |
Comércio | 1.125.352 | 100,0 | 44,0 | 20,5 | 35,5 |
Comércio Varejista | 789.292 | 100,0 | 42,8 | 19,3 | 37,8 |
Comércio por atacado | 199.478 | 100,0 | 42,6 | 28,7 | 28,7 |
Comércio de veículos, peças e motocicletas | 136.582 | 100,0 | 52,4 | 15,6 | 31,9 |
Serviços | 1.215.210 | 100,0 | 47,0 | 34,3 | 18,7 |
Serviços prestados às famílias | 296.449 | 100,0 | 55,5 | 22,6 | 21,9 |
Serviços de informação e comunicação | 117.470 | 100,0 | 37,8 | 46,3 | 15,9 |
Serviços profissionais, administrativos e complementares | 408.007 | 100,0 | 48,3 | 35,6 | 16,2 |
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio | 166.112 | 100,0 | 40,1 | 46,4 | 13,5 |
Outros serviços | 227.173 | 100,0 | 43,3 | 32,3 | 24,4 |
Grandes Regiões | |||||
Norte |
53.945 |
100,0 | 48,1 | 19,2 | 32,4 |
Nordeste | 443.478 | 100,0 | 32,1 | 29,4 | 38,5 |
Sudeste | 1.355.898 | 100,0 | 46,3 | 27,1 | 26,6 |
Sul | 685.986 | 100,0 | 47,2 | 29,9 | 22,9 |
Centro-Oeste | 274.764 | 100,0 | 51,0 | 29,7 | 19,3 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Pesquisa Pulso Empresa |
Os efeitos negativos foram percebidos por 44,9% das empresas de pequeno porte, 39,1% das intermediárias e 39,2% das de grande porte. Por grandes regiões, os efeitos seguiram negativos para mais da metade (51%) das empresas no Centro-Oeste, 48% no Norte, 47% no Sul e 46% no Sudeste. No Nordeste, o efeito foi positivo para 38% das empresas.
A queda nas vendas ou serviços comercializados devido à pandemia foi sentida por 46,8% das empresas. Já 26,9% disseram que o efeito foi pequeno ou inexistente e 26,1% relataram aumento nas vendas com a pandemia. A queda nas vendas foi sentida por 46,9% das companhias de pequeno porte, 40,7% das intermediárias e 31,9% das de grande porte. Nas empresas de maior porte, destaque para o percentual de 37,6% que relataram efeito pequeno ou inexistente.
Para os setores, a percepção de redução nas vendas foi sinalizada por 51,6% das empresas do Comércio, 45,8% de Serviços, 40,8% da Indústria e 31,9% da Construção.
Por segmento, observa-se um maior percentual de empresas com percepção de redução nas vendas no Comércio Varejista (54,5%), Serviços profissionais, administrativos e complementares (48,1%) e Serviços prestados às famílias (47,7%).
Na primeira quinzena de julho, 47,4% das empresas em funcionamento não tiveram alteração significativa na sua capacidade de fabricar produtos ou atender clientes, 41,2% tiveram dificuldades e 11,3%, facilidades. Além disso, 51,8% não perceberam alteração significativa no acesso aos seus fornecedores e 38,6% tiveram dificuldades.
Cerca de 47,3% das empresas em funcionamento tiveram dificuldades em realizar pagamentos de rotina na primeira quinzena de julho, enquanto 46,3% consideraram que não houve alteração significativa.
Quanto ao pessoal ocupado, oito em cada dez empresas em funcionamento (80,7% ou 2,2 milhões) mantiveram o número de funcionários na primeira quinzena de julho em relação à quinzena anterior, 13,5% indicaram redução no quadro e 5,3% aumentaram o número de empregados.
Já entre as 380 mil empresas que reduziram a quantidade de empregados, 70,8% diminuíram em até 25% seu pessoal. Independentemente do porte, atividade econômica ou localização geográfica, os maiores percentuais de redução ficaram no patamar de até 25% do pessoal.
Entre as ações para atenuar os efeitos da pandemia, destacou-se a prevenção e manutenção de medidas extras de higiene, adotadas por cerca de 86,7% das empresas em funcionamento. Além disso, 38,7% mantiveram o trabalho domiciliar (teletrabalho, trabalho remoto e trabalho à distância) e 22,4% anteciparam férias dos funcionários.
Cerca de 32,0% das empresas alteraram o método de entrega de seus produtos ou serviços, enquanto 18,0% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos e/ou serviços na primeira quinzena de julho.
Estima-se, ainda, que 37,6% das empresas adiaram o pagamento de impostos e 12,8% conseguiram uma linha de crédito emergencial para pagar os salários dos funcionários.
Na adoção dessas medidas, cerca de 34,8% das empresas sentiram-se apoiadas pela autoridade governamental, sendo mais frequente entre as empresas de grande porte (500 ou mais funcionários Entre as que adiaram o pagamento de impostos, esse percentual foi de 65,4% e entre as que conseguiram linhas de crédito para o pagamento da folha salarial, 80,6%.