quinta-feira, outubro 9, 2025
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Polícia Federal e Receita Federal realizam operações contra crime organizado no setor de combustíveis em Paulínia e outros estados

Paulínia recebeu nesta quinta-feira (28/8) equipes da Polícia Federal e da Receita Federal nas ruas Dom Pedro, no bairro Santa Cecília, e Santa Cruz, em Nova Paulínia, como parte de operações voltadas ao combate ao crime organizado no setor de combustíveis. As ações, realizadas em conjunto com a Receita Federal, investigam esquemas de lavagem de dinheiro com movimentações ilícitas que ultrapassam R$ 23 bilhões em todo o país.

A força-tarefa é composta por cerca de 1,4 mil agentes da Polícia Federal; do Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco); das Polícias Civil e Militar; do Ministério Público Federal; e da Receita Federal; além da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, que participa diretamente de 50 alvos, com a atuação de 160 auditores fiscais, responsáveis pela apreensão digital de documentos.

Mandados de busca e apreensão contra cerca de 350 investigados são cumpridos nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Só em São Paulo, foram empenhadas equipes dos Batalhões de Choque, da Polícia Militar, e do Departamento de Operações Policiais Estratégicas, da Polícia Civil, tanto na região da capital quanto em São José do Rio Preto, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Bauru e Sorocaba, onde as ordens judiciais são cumpridas.

Operação Quasar
A Operação Quasar mira uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras. Segundo as investigações, o grupo utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, possivelmente ligado a facções criminosas.

A rede operava com múltiplas camadas societárias, dificultando a identificação dos beneficiários finais. Entre as estratégias utilizadas estavam transações simuladas de compra e venda de ativos, como imóveis e títulos, entre empresas do mesmo grupo, sem finalidade econômica real.

Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou o sequestro integral de fundos utilizados nas movimentações ilícitas, além do bloqueio de bens e valores de até R$ 1,2 bilhão, correspondentes às autuações fiscais. Também houve afastamento dos sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.

 

Operação Tank
A Operação Tank busca desmantelar uma das maiores redes de lavagem de dinheiro identificadas no Paraná. O grupo, ativo desde 2019, teria lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma complexa rede de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

A investigação aponta táticas como depósitos fracionados em espécie, uso de “laranjas”, transações cruzadas, fraudes contábeis e simulação de aquisição de bens e serviços. Também foram identificadas práticas ilegais na venda de combustíveis, como adulteração de gasolina e “bomba baixa”, em que o volume abastecido é menor do que o indicado nos postos. Pelo menos 46 postos de combustíveis em Curitiba estariam envolvidos.

Nesta operação, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. O bloqueio de bens e valores atingiu 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando mais de R$ 1 bilhão.

As ações têm como objetivo desestruturar financeiramente as organizações criminosas, recuperar valores desviados e reforçar o compromisso da Polícia Federal e da Receita Federal no combate à lavagem de dinheiro e à atuação do crime organizado no mercado financeiro.