Junho Vermelho é dedicado à conscientização sobre a importância de tornar-se um doador
É um elemento essencial à manutenção da vida. Ele é considerado um tecido líquido que circula pelo corpo com funções como levar oxigênio e nutrientes a todos os órgãos, defender o organismo contra infecções e participar na coagulação. Vários elementos o compõem: plasma (55%), hemácias (glóbulos vermelhos, 40%), leucócitos (glóbulos brancos – 1,5%) e plaquetas (3,5%).
Quanto sangue temos no corpo e quanto é retirado em uma doação?
Um adulto possui cerca de 5 a 6 litros de sangue em seu corpo, e a quantidade máxima retirada em uma doação é de 450ml. Vale lembrar que uma única bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas.
O que são um doador “universal” e um “receptor universal” de sangue?
O tipo considerado “doador universal” é o O-, enquanto o AB+ pode receber de todos os outros tipos. A chamada compatibilidade sanguínea é sempre observada no processo de doação para evitar problemas de coagulação no receptor. Quando sangues de tipos incompatíveis se misturam, acontecem reações imunológicas entre as substâncias das hemácias (aglutinogênios) e do plasma (aglutinina).
No Brasil, os tipos mais comuns de sangue são A e O, que correspondem a quase 90% da população. O restante é formado por B (10% das pessoas) e AB (3%). Quanto ao Rh (positivo ou negativo), aproximadamente 85% das pessoas são positivas.
Que casos necessitam de doação de sangue?
O sangue doado é utilizado para pessoas com doenças hematológicas variadas e câncer, pessoas que se submetem a cirurgias eletivas de grande porte e para emergências.
Podemos doar sangue quantas vezes quisermos?
O limite de doações por ano é de quatro vezes para homens (60 dias de intervalo entre as doações) e de três vezes para mulheres (90 dias de intervalo). Esse intervalo tem o objetivo de proteger a saúde do doador.
Que testes são realizados no sangue coletado?
São realizados testes de tipagem sanguínea, triagem para Doença Falciforme (hemoglobina S), além de exames para hepatites B e C, HIV I, sífilis, Doença de Chagas e HTLV I/II.
Por que os hemocentros ressaltam a importância de ser transparente na entrevista realizada antes da doação?
Porque uma bolsa contaminada pode provocar sérios problemas a quem recebe o sangue. Algumas doenças graves transmitidas pelo sangue, como as hepatites B e C e a Aids, por exemplo, precisam de um tempo para serem detectadas em exames. Esse período é conhecido como janela imunológica e, durante essa fase, a pessoa portadora desses vírus pode apresentar exames negativos e, mesmo assim, transmitir a doença. Por isso, antes da doação, é importante consultar quem pode e quem não pode doar sangue, além dos impedimentos temporários para a doação.
Para onde vai o sangue doado?
O sangue doado nos hemocentros é fracionado e enviado aos hospitais e pacientes que estejam necessitando. Após ser fracionado, o sangue gera quatro hemocomponentes principais:
Concentrado de hemácias (CHM) – é a parte vermelha do sangue que contém as hemácias, células sanguíneas, responsáveis pelo transporte do oxigênio para todo o corpo humano.
Concentrado de plaquetas (CP) – é um componente claro, que contém as plaquetas, células responsáveis por um dos mecanismos de coagulação que impedem a continuidade do sangramento formando um tampão nos vasos sanguíneos.
Plasma fresco congelado (PFC) – é a parte líquida do sangue, clara e que contém fatores de coagulação responsáveis pelos outros mecanismos de coagulação, além da plaqueta.
Crioprecipitado (CRIO) – é um precipitado rico em fator VIII, fator XIII e fibrinogênio, muito utilizado para distúrbios de coagulação adquiridos por falta destes elementos.
Que tipo de controle se mantém sobre o sangue doado?
O sangue é rotulado de forma a permitir sua rastreabilidade (possibilidade de identificar a origem do sangue doado em caso de reações adversas no receptor), porém, preservando o sigilo do doador. De acordo com a legislação brasileira a confidencialidade dos dados dos doadores deve ser mantida em todas as fases.