Após 15 meses de mandato e nenhuma solução do prefeito de Paulínia, Dixon Carvalho (PP), para os problemas da cidade, os vereadores aprovaram na sessão desta terça-feira (24) um requerimento onde repudiam a falta de ação da administração e elencam 16 obras emergenciais para evitar o colapso municipal.
Numa clara mudança de tom, os vereadores pediram a apresentação de um Plano de Governo por parte do Executivo, com metas e prazos para cumprimento das ações. O requerimento foi assinado por 13 dos 15 vereadores e aprovado por unanimidade pelos parlamentares.
As 16 obras emergenciais listadas pelos vereadores são:
1) Construção da ponte que interliga a região central à região do João Aranha;
2) Reforma e construção da ponte da Estrada da Rhodia;3) Reforma e manutenção do Ginásio de Esportes do Centro e do João Aranha;
4) Reforma e manutenção do Píer do Parque da Represa;
5) Reforma e manutenção do Zoológico Municipal;
6) Reforma e manutenção do Sambódromo Pavilhão de Eventos do Parque Brasil 500;
7) Reforma e manutenção da Biblioteca Virtual;
8) Reforma e manutenção da Biblioteca Municipal;
9) Reforma, manutenção e adequação da Sede da Guarda Municipal;
10) Reforma das Unidades Escolares;
11) Reforma, manutenção e adequação das Unidades Básicas de Saúde (UBSs);
12) Reforma e destinação do antigo Posto de Saúde do Jardim Planalto;
13) Revitalização da Lagoa do João Aranha e as calçadas ao redor;
14) Revitalização do Parque das Flores;
15) Reforma e manutenção do Poliesportivo Ettore Di Blásio, no Monte Alegre;
16) Contratação de engenheiro de tráfego para apresentar propostas de melhorias e adequações de trânsito.
No requerimento aprovado, os vereadores afirmam que os serviços públicos só funcionam em razão da força de vontade de alguns servidores de carreira. A Prefeitura de Paulínia tem quase 6.000 servidores na ativa. Segundo o IBGE, a cidade tem população estimada em 102,5 mil habitantes.
De acordo com o documento, “a atual administração conseguiu piorar a cidade em vários aspectos”. Os vereadores afirmam que, em 2018, a prefeitura não conseguiu fazer nem licitações consideradas de pequeno porte, como a compra de ovo de páscoa para crianças, do bolo de aniversário da cidade e de uniformes escolares, “questões consideradas tradicionais no município. “Como esperar que consiga realizar as licitações de grande porte que tanto precisamos?”, diz o documento.
O requerimento aprovado pelos vereadores continua: “Além disso, piorou consideravelmente o trânsito da cidade no sentido Centro/João Aranha; temos reclamações de bigato na comida das escolas para as crianças; escolas suspendendo aulas por causa de ratos; escolas sendo roubadas frequentemente por falta de segurança; secretários municipais disputando espaço no Governo e esquecendo a cidade; servidores comissionados descomprometidos com as suas funções e com o interesse público; além de outros problemas.”
Os vereadores apontam, ainda, a falta de monitoramento por câmeras para melhorar a segurança da cidade; de um bom sistema de informatização e de gestão na saúde; de realizar as obras de infraestrutura do Centro Industrial de Paulínia; e de melhor atenção às fontes geradoras de emprego e renda do Município.
De acordo com os vereadores, o requerimento foi feito junto com as 16 ações emergenciais após “diversas discussões com o Chefe do Poder Executivo e secretários municipais, e a não apresentação de nenhuma solução concreta.”
“A população, assim como nós vereadores, não aguentamos mais a falta de planejamento e direcionamento que a cidade é tratada e, a partir desta data, as questões relacionadas à reestruturação do Município serão tratadas por meio de requerimentos em conjunto e de forma mais enérgica, atendendo aos anseios de nossos cidadãos”, assinaram os vereadores.
Pedido de urgência recusado
Antes de aprovarem o requerimento, os 11 dos 12 vereadores presentes na sessão de terça-feira (24) rejeitaram pedido de urgência do prefeito Dixon para transposição de verba. No caso da criação de dotações orçamentárias o prefeito não especificou o valor, mas a transposição de recursos orçamentários atinge R$ 22 milhões, que afetará, caso aprovado, as áreas de saúde, obras e serviços públicos e recursos humanos seriam afetadas.
O vereador Antonio Miguel Ferrari, o Loira (PSDC), foi enfático em dizer que não conhece metade dos secretários da atual administração. “Espero do secretário de Segurança maior empenho, pois a cidade esta virando um mercado de multas, e quem perde é o prefeito e é ele quem pediu voto na casa das pessoas”.
A vereadora Fábia Ramalho (PMN) disse que a cidade está abandonada. Em 16 meses à frente da 13ª Legislatura, esta foi a primeira vez que a vereadora se referiu à administração desta forma. “A Escola Elvira, no São José II, está tendo um surto de pombos e nada está sendo feito. A ponte que dará acesso ao João Aranha não tem nada de concreto. “Estamos próximos do caos”, apontou.
Bate-boca no Plenário e Saguão da Câmara
Após a cobrança contundente dos vereadores à administração do prefeito Dixon Carvalho (PP), os vereadores assistiram a um embate entre o médico Carlos Pazetti e o consultor Rodrigo Pavane, após o término da sessão.
Ainda no plenário principal da Câmara, quase vazio, Pavane acusava Pazetti de fascista, pois o mesmo o excluiu do grupo do Facebook “Muda Paulínia”. “O grupo é para moradores de Paulínia”, afirmou Pazetti.
O embate desceu as escadarias e aumento no saguão, até que num momento de descontrole, Pavane arremessou um copo d’água mineral na cara de Pazetti, que se manteve tranquilo.
Os guardas municipais que acompanhavam o episódio intervieram e colocaram Pavane para fora do prédio. Um grupo de pessoas tentou colocar panos quentes no caso, mas mesmo assim os GMs o conduziram pra fora.
Após muito bate-boca e 10 minutos de empurra-empurra, os ânimos se acalmaram e a multidão, a maioria cabo eleitoral ou assessor de vereador, dispersou. Cada um seguindo seu rumo.
Mexinha novamente é convidado a se retirar do Plenário
Antes, porém, o presidente da Câmara, Du Cazellato (PSDB), colocou novamente o motorista particular Ailton Carlos Monteiro Aguiar, de 52 anos, mais conhecido como Mexinha, pra fora do Plenário principal, durante a Sessão Ordinária.
Mexinha protestou e cobrou mais empenho dos vereadores com a cidade. Como ele não atendeu ao pedido do presidente de se expressar só após a manifestação do vereador, acabou expulso. Disse que toda sessão vai cobrar, e o presidente disse que se não houver respeito, toda sessão será pedido para se retirar do plenário.