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Vereadores rejeitam tramitação em urgência para doação de área a hospital privado; Dixon pede investigação contra vice-prefeito


Os vereadores de Paulínia rejeitaram, durante a primeira sessão após o recesso parlamentar, o pedido para tramitação em regime de urgência feito pelo prefeito Dixon Carvalho (PP) para o projeto que autoriza a doação de um terreno público à construção de um hospital particular especializado no tratamento de câncer.

Ao mesmo tempo, os vereadores aprovaram, a pedido de Dixon, a criação de uma CP (Comissão Processante) – a 5ª somente neste ano – para apurar uma suposta infração de responsabilidade político-administrativo cometida pelo vice-prefeito Sandro Caprino (PRB) e o suplente de vereador Paulo Camargo, o Sargento Camargo (PDT).

O pedido da CP foi protocolado pelo advogado do prefeito após reportagem publicada pelo jornal Correio Popular. A denúncia afirma que o vice-prefeito vem interferindo no trabalho da comissão processante, instaurada em maio, que investiga o prefeito e 13 dos 15 vereadores por quebra de decoro parlamentar num processo de compra de votos para impedir que o prefeito fosse investigado.

Segundo a denúncia, o chefe do Executivo teria sido blindado de apurações em contratos emergenciais da merenda e coleta de lixo, cada um com valor superior a R$ 13 milhões, e compensado os parlamentares por meio de manobra que resultou em nomeações para cargos de confiança. Sargento Camargo atua nesta comissão como secretário e teria recebido uma ajuda do vice-prefeito para não deixar a CP. A saída dele resultaria no fim da comissão.

Após consultar os pares, a denúncia foi aceita e teve 11 votos a favor e um contra, do vereador Tiguila Paes (PPS), com ausência dos vereadores Kiko Meschiatti (PRB), que cumpre prisão por uso de moeda falsa, e Zé Coco (PV). A CP foi criada e é composta pelos vereadores Fábio Valadão (PRTB), presidente; Fábia Ramalho (PMN), relatora; e Manoel Filhos da Fruta (PCdoB), secretário. Os dois novos investigados serão notificados e depois a comissão tem 90 dias para dar um parecer, segundo a Câmara.

O vice-prefeito Sandro Caprino informou ao G1 Campinas, por telefone, que por orientação do seu advogado, só vai se pronunciar à imprensa após ter acesso à denúncia. Já Paulo Roberto Camargo, conhecido como Sargento Camargo, disse ao G1 Campinas, por telefone, que “a denúncia não procede, é caluniosa e difamatória”. Ele afirmou que a comissão processante que investiga os 13 vereadores e o prefeito está chegando na fase final – termina em 10 de setembro. “Estão procurando margens para tentar barrar essa comissão”, afirma.


Rejeição

Os vereadores recusaram o pedido do prefeito para baixar de 45 para 15 dias o prazo de tramitação do projeto para a desafetação de uma área de 208 mil metros quadrados – da antiga Fazenda Paraíso – da categoria de bem público de uso comum do povo para transformá-lo em bem público dominical com a finalidade de construção e instalação de um hospital especializado em tratamento do câncer.

O pedido foi rejeitado por 7 a 6, com desempate do presidente Du Cazellato (PSDB). O vereador Fábio Valadão (PRTB), contrário ao pedido de urgência, informou que o parecer do jurídico da Casa foi contrário à cessão por meio de chamamento público, para que a doação não termine no Ministério Público, como aconteceu como o sambódromo no Complexo Parque Brasil 500 à Universidade Brasil.

Prefeito quer acabar com transporte
gratuito aos domingos e feriados

O prefeito Dixon Carvalho (PP) quer acabar com a gratuidade do transporte público aos domingos e feriados. Ele alega no projeto de lei 39/18, que a medida foi tomada pelos crescentes casos de vandalismo e atos de violências relatados pelos usuários e a concessionária dos serviços de transporte urbano municipal. O pedido para tramitação em urgência do projeto foi aprovado por 7 votos favoráveis contra 5 contrários.

A administração acredita que a cobrança de R$ 1,00 por passagem, como é realizada durante a semana, garanta a ordem na prestação do serviço aos usuários também nestes dias.

O vereador Tiguila Paes (PPS) foi contra a tramitação de urgência, pois a administração municipal não incluiu no projeto a planilha com o impacto orçamento e também não justificou onde irá gastar o dinheiro cedente, já que áreas como educação e saúde estão precárias.

Todos os demais projetos, pedidos em tramitação e requerimentos da pauta foram aprovados. A primeira parte da Ordem do Dia os vereadores apresentaram 53 Indicações. A próxima sessão acontecerá dia 21 de agosto a partir das 18h30.